Poeta faz homenagem a Serra da Saudade
O artista sertanejo e locutor de rádio, Antônio Ricardo da Silva, um saudosista das coisas da Serra fez uma homenagem a sua terra natal.
Começou a cantar aos 12 anos e já tocava violão para encantar o público por onde passavam.
Deixou a cidade aos 15 anos e foi para Santos, onde começou a trabalhar na Rádio Cacique de Santos.
Com o irmão, formou a dupla Irmãos Ricardo e se apresentaram em várias rádios de São Paulo. Ricardo também foi locutor da Rádio Universal e Cultura de Santos.
A dupla se apresentou em varias rádios como no Programa Oscar Martins, da Rádio Globo de São Paulo e nos melhores do Rádio, da Baixada Santista e ainda, Rádio Clube de Santos.
Participaram também da Rádio 9 de julho, Tupi e Bandeirantes.
Há 4 anos, se mudou para Serra da Saudade. Para ele, a fonte de inspiração é a natureza e Deus. O poeta diz que o sentimento da alma em cada página traz uma recordação.
O poema dedicado á Serra da Saudade foi escrito em 2014, e é uma exaltação ao morro de Serra da Saudade. Segundo ele, Serra tem esse nome devido ao morro que sobressai na cidade. E que no final da tarde, quando o sol se põe, no alto observa-se o morro que redesenha a natureza da serra.
Lembra-se com saudades dos anos em que vivia na Serra, cerca de 60 anos atrás, quando era grande o movimento pela cidade e havia duas farmácias, posto de gasolina e o famoso trem que passava no centro da cidade e até a construção de Brasília, passava-se por aqui, comenta.
A construção da BR 262 matou a Serra... diz sorrindo, o poeta que é admirador da sua pequena Serra.
O poeta meio encantado com a paisagem de onde nasceu, e que a deixou na adolescência, volta ao lar e mostra com delicadeza as belezas da terra renovada e reconquistada por ele.
Poeta esquecido
I
Por Antônio Ricardo da Silva.
Subi no alto da Serra
Talvez por um destino
Recordei a minha infância
O meu tempo de menino
Quatro cruzes emparedada
Não é conto de fadas
Mais uma historia falada
Tal qual pra nos um hino.
II
La de cima eu avistei
O rancho que eu morei
Escondido atrás da mata
Um pequeno paraíso
Se quiser ser mais preciso
A saudade quase me mata
III
Mergulhei-me na saudade
Na minha imaginação
Via a Maria fumaça
Parada na estação
O povo se ajuntava
Quando a Maria chegava
Soando uma canção
“café com pão, manteiga não
Café com pão manteiga não”.
IV
Aqui no nosso povoado
Era bem movimentado
Com dois grandes restaurantes
Dois postos de gasolina
Também tinha oficina
E cheio de visitante
V
Era um comercio perfeito
Que tão cedo foi desfeito
Só deixou recordação
O laticínio acabou
O velho grupo as portas “fechou”
Aumentou a minha paixão.
VI
La na Barra do Funchal
Era o ponto final
Da saudosa Maria fumaça
Dois tuneis ‘foi’ construído
Também tão esquecido
Tudo acabou a graça
VII
Aqui era uma BR
Com grande movimentação
Na construção de Brasília
Com grande participação
Logo veio o progresso
Chegou também o facão
Matou o Comendador Viana
Tirando sua porção
VIII
Acabou o Melo Viana
Também o Comendador
Hoje é Serra da Saudade
É minha historia doutor
O nosso primeiro prefeito
Excelentíssimo senhor
IX
Nosso primeiro prefeito
Jamais será esquecido
Municipalizou nossa Serra
Com a população unida
Na sua simplicidade
Conseguiu nossa amizade
Por todos foi escolhido
X
O ouro negro chegou
A dois meia dois levou
O progresso e a razão
A Serra da Saudade
A minha felicidade
Talvez sem solução
XI
Quero descrever nessa escrita
Mesmo sem palavras bonitas
Vai a minha saudação
Os primitivos serranos
Todos meus conterrâneos
O meu aperto de mão
XII
Os ribeiros meu abraço
Caetanos bem sucedidos
Os Necas “entrou” no barco
Os Alfredos também unidos
Ricardos e os Borbas
Não podem ser esquecidos
XIII
Os Machados são bem quistos
Primitivos e irmãos
Alaor foi um sucesso
Da nossa população
Um laço de amizade
Aqui na Serra da Saudade
A todos estendeu a mão
XIV
Um poeta esquecido
Não podes ficar calado
Jose Mestre meu saudoso
Amigo mui amado
A todos dessa terra
Meus conterrâneos aqui da Serra
O meu abraço apertado.